Toinho Brafuta é muito conhecido em Afogados da Ingazeira pelas presepadas que pintou quando frangote. Ele é filho de Ismael Pedreiro, que por sua vez é irmão de Juraci Agostinho, que é irmão de Ninô do Caminhão.
Certa feita, o responsável do grupo de teatro da Paixão de Cristo de Afogados o convidou para fazer parte da peça, porém o personagem só seria avisado minutos antes da realização do primeiro ensaio. Brafuta aceitou ao convite e ficou alegre que só pinto em bosta.
Na hora do ensaio escolheram Brafuta para fazer o papel de um soldado. Todos gostaram da atuação do danado pela forma dinâmica e segura no texto, afinal seu papel seria dar chicotada em Jesus, interpretado por um tal Sidnei, parente de Zé Mendes da lotação de Carnaíba. Não era para Brafutar dar uma palavra sequer. Acho que o responsável sabia das loucuras do convidado.
Naquele tempo poucas pessoas tinham um aparelho de TV em casa, por isso nascia menino feito a peste. Hoje a mulherada casada reclama da modernidade em razão de um instrumento responsável por uma infinidade de gaia nesse mundo a fora: o ingrato computador.
Mais isso é outra história, vamos ao que interessa. No dia da apresentação da Paixão de Cristo, a Praça Arruda Câmara estava tomada de canto a outro, inclusive com muitos expectadores da zona rural que adoravam assistir ao espetáculo.
Várias cenas foram representadas por atores locais, mas nenhuma chamou tanta atenção como à de Brafuta chicoteando Jesus. O responsável pela peça deu a cada um dos soldados um chicote de couro fino que deveria ser usado de forma figurativa.
Mas o Brafuta já cheio das biritas olhou para as costas de Sidnei e desceu a chibata pra cima, assim como se dar em um jumento ruim de cangaia. O Jesus fazia ar de dor a todo instante, mas o público pensava que era apenas a parte dramática interpretada pelo ator. As lágrimas caiam dos olhos e ele não via a hora daquela triste cena acabar.
Um rapaz que estava perto do Jesus ficou admirado com a cena e comentou com o amigo:
– rapaz esse cara nasceu pra ser ator! Olha para o rosto dele, tá saindo lágrimas de verdade.
Sem estar nem aí pra vida, Brafuta descia o chicote com toda força nas costas do Cristo e gritava em alta voz, sem ter nada a ver com o texto, afinal o infeliz não tinha autorização pra falar absolutamente nada:
– mardito ruim, Jesus de verdade era bom, mas tu não vale nada e só merece cacete! E tome chicotada.
Nisso Sidnei sem agüentar mais tanto cacete no lombo falou pelo canto da boca, fí da peste, quando eu sair daqui tu vai me pagar, aguarde!
Quando acabou a apresentação, Brafuta ainda vestido de soldado se abufelou com Sidnei na vera, como diz o matuto e foi taco de roupa pra todo lado.
Os outros personagens entraram pelo meio, apartaram a briga, e eu estou registrando isso hoje dizendo que foi um fato real.
Certa feita, o responsável do grupo de teatro da Paixão de Cristo de Afogados o convidou para fazer parte da peça, porém o personagem só seria avisado minutos antes da realização do primeiro ensaio. Brafuta aceitou ao convite e ficou alegre que só pinto em bosta.
Na hora do ensaio escolheram Brafuta para fazer o papel de um soldado. Todos gostaram da atuação do danado pela forma dinâmica e segura no texto, afinal seu papel seria dar chicotada em Jesus, interpretado por um tal Sidnei, parente de Zé Mendes da lotação de Carnaíba. Não era para Brafutar dar uma palavra sequer. Acho que o responsável sabia das loucuras do convidado.
Naquele tempo poucas pessoas tinham um aparelho de TV em casa, por isso nascia menino feito a peste. Hoje a mulherada casada reclama da modernidade em razão de um instrumento responsável por uma infinidade de gaia nesse mundo a fora: o ingrato computador.
Mais isso é outra história, vamos ao que interessa. No dia da apresentação da Paixão de Cristo, a Praça Arruda Câmara estava tomada de canto a outro, inclusive com muitos expectadores da zona rural que adoravam assistir ao espetáculo.
Várias cenas foram representadas por atores locais, mas nenhuma chamou tanta atenção como à de Brafuta chicoteando Jesus. O responsável pela peça deu a cada um dos soldados um chicote de couro fino que deveria ser usado de forma figurativa.
Mas o Brafuta já cheio das biritas olhou para as costas de Sidnei e desceu a chibata pra cima, assim como se dar em um jumento ruim de cangaia. O Jesus fazia ar de dor a todo instante, mas o público pensava que era apenas a parte dramática interpretada pelo ator. As lágrimas caiam dos olhos e ele não via a hora daquela triste cena acabar.
Um rapaz que estava perto do Jesus ficou admirado com a cena e comentou com o amigo:
– rapaz esse cara nasceu pra ser ator! Olha para o rosto dele, tá saindo lágrimas de verdade.
Sem estar nem aí pra vida, Brafuta descia o chicote com toda força nas costas do Cristo e gritava em alta voz, sem ter nada a ver com o texto, afinal o infeliz não tinha autorização pra falar absolutamente nada:
– mardito ruim, Jesus de verdade era bom, mas tu não vale nada e só merece cacete! E tome chicotada.
Nisso Sidnei sem agüentar mais tanto cacete no lombo falou pelo canto da boca, fí da peste, quando eu sair daqui tu vai me pagar, aguarde!
Quando acabou a apresentação, Brafuta ainda vestido de soldado se abufelou com Sidnei na vera, como diz o matuto e foi taco de roupa pra todo lado.
Os outros personagens entraram pelo meio, apartaram a briga, e eu estou registrando isso hoje dizendo que foi um fato real.
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