Dona Cecília Preta, avó do Nego Trojão, resolveu fazer uma caixa d’água em sua casa e dar um basta no chamado “banho de cuia”. Naquele tempo quem tinha um banheiro com caixa d’água era rico, por isso dona Cecília comemorava.
Para explicar melhor, a citada personagem foi uma senhora muito conhecida que morou no Bairro São Braz por muitos anos e gostava de criar cabras, galinhas e porcos. Era muito gentil e fazia muitos favores no citado bairro.
Nêgo Trojão, é filho de Dedinho e consequentemente neto de dona Cecília. Já inventou de fazer tudo nesta vida para ganhar dinheiro, claro honestamente. Atualmente é policial militar em São Paulo.
Ocorre que ele ficou responsável de construir o reservatório da avó. Pegou o dinheiro para comprar o cimento e no caminho um colega lhe falou que barro vermelho servia, era forte e gastava menos. Dali ele já saiu destinado, comprou uma carroça de barro, uma de brita, uma de areia, e misturou com dois quilos de cimento. Pronto, estava pronta a caixa d’água de vovó!
A caixa fora construída para comportar 12 latas d’água. Logo os vizinhos se juntaram e começaram a encher a dita cuja. Assim que colocaram três latas, o vermelhão do barro começou a escorrer pelas paredes, aí um dos vizinhos falou:
- Dona Cecília esta caixa está sem confiança, olha o barro vazando pelas paredes!
Mas ela pouco deu atenção, porque a obra tinha sido construída pelo neto e mandou que a enchesse, porque queria inaugurá-la na mesma noite com um banho.
Quando chegou à sexta lata, ela inventou de olhar o banheiro e verificar a advertência maluca do vizinho. Não deu outra meu amigo, a caixa caiu em cima dela e logo o camarada que a tinha avisado do perigo gritou:
- Eu bem que avisei que o barro estava escorrendo nas paredes, mas a senhora é teimosa que só sapo de banheiro, que a gente tira e o triste volta!
Um fuxiqueiro assim que viu a marmota, correu e foi chamar Trojão na casa do seu pai, Dedinho. Quando soube, o pedreirão fez finca pra casa da avó. Chegando lá assim que botou a cara na porta ela falou:
- Mas meu filho, onde já se viu fazer uma caixa d’água de barro, você ia me acabando. Tenha dó da velha, tanto que faço por você, todos os anos vendo um bicho e lhe dou uma roupa pra você sair noite de ano.
Aí o Totó respondeu tristemente: - vó desculpa, eu pensei que o barro era mais forte do que o cimento, foi um amigo meu que me recomendou. Mas eu vou lascá-lo, a senhora vai ver!
Aí a vó do Trojão concluiu: - se for falar com ele peça uma indenização, mas antes peça a seu Zé Pedra pra vir tirar a foto.
Trojão rindo disse: - como é que ele vai dar vó, se o infeliz mora no abrigo São Vicente. A senhora é que tem que dar alguma coisa a ele. E os curiosos caíram na risada...
sexta-feira, 10 de abril de 2009
A caixa d’água do Nêgo Trojão
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