Houve um tempo em que os artistas do repente eram bastante requisitados para realizar as chamadas “Cantorias” e olha que a presença de público era de arrebentar a boca do balão.
Tinha deles que andava de sapato alto. Era igual a bancário, antes do governo Collor. Quando a rádio anunciava, o poeta Mané de Soiza, estará se apresentando no Sítio Leitão, a macacada ficava dando sarto de alegria. Aparecia gente até de um olho só. O cantador brilhava em noites escuras neste Brasil a fora...
A atividade do repente já foi bastante valorizada. Surgiam novos valores e havia mais incentivo por parte da imprensa e dos poderes públicos municipais. Mas hoje quem diria, está em extinção... Surgiu banda de forró de toda espécie, motivado pelo mau gosto do público.
Pois bem, vamos ao que interessa isso aí é um assunto para Alexandre Moraes e outros Secretários de Cultura da região resolver. É necessário utilizar o poder de conhecimento, mostrar, provar, justificar, que a poesia deve ser vivenciada no nosso dia-a-dia.
O poeta Miguel Espinhara, foi fazer uma cantoria no povoado de Santa Rosa, zona rural do município de Ingazeira. Chegando lá um dia antes, foi recebido por um velho ignorante da peste. Chegou à hora do almoço e não saiu nada para o poeta. As tripas do infeliz roncavam mais que o motor do Carro de Som de Marconi Edson.
Sem suportar mais a fome Espinhara olhou pro velho e falou – fome né? Já são duas horas e até agora só engoli poeira. Ao ouvir as palavras do poeta, o velho foi lá dentro, acendeu o fogão, fez um cafezinho e trouxe ainda um prato com dois bolinhos de caco dentro. O poeta comeu e lambeu o beiço à vontade.
Mas ele aguardava uma noitada com um prato cheio de cédulas gordinhas... O salão lotou de matuto, era um fedor de macaco morto a tapa da desgraça, e o pior é que os tristes estavam lisos que só bucho de traíra. Mas miguel lascou a viola pra riba e tome aplausos!
Antes de terminar a cantoria, o dono do salão chegou próximo ao ouvido de Miguel e disse que a coisa tava preta, ou seja, o dinheiro do apurado não dava nem para pagar o transporte. Ele ficou furioso com o recado do anfitrião. Olhou para um lado, olhou para o outro e com um tom de doer o pé dos ouvido dos matutos terminou:
Vim cantar em Santa Rosa,
Aqui não presta pra quem canta,
Passei o dia inteirinho,
Sem almoço e sem janta,
Não senti o cheiro da flor,
Nem o milagre da Santa.
Aí a matutada sem perceber bateu palma que abalou o salão.
Lembrando que o fato em tela contado por Itamar França aconteceu de verdade, na vera, como diz o caipira.
Tinha deles que andava de sapato alto. Era igual a bancário, antes do governo Collor. Quando a rádio anunciava, o poeta Mané de Soiza, estará se apresentando no Sítio Leitão, a macacada ficava dando sarto de alegria. Aparecia gente até de um olho só. O cantador brilhava em noites escuras neste Brasil a fora...
A atividade do repente já foi bastante valorizada. Surgiam novos valores e havia mais incentivo por parte da imprensa e dos poderes públicos municipais. Mas hoje quem diria, está em extinção... Surgiu banda de forró de toda espécie, motivado pelo mau gosto do público.
Pois bem, vamos ao que interessa isso aí é um assunto para Alexandre Moraes e outros Secretários de Cultura da região resolver. É necessário utilizar o poder de conhecimento, mostrar, provar, justificar, que a poesia deve ser vivenciada no nosso dia-a-dia.
O poeta Miguel Espinhara, foi fazer uma cantoria no povoado de Santa Rosa, zona rural do município de Ingazeira. Chegando lá um dia antes, foi recebido por um velho ignorante da peste. Chegou à hora do almoço e não saiu nada para o poeta. As tripas do infeliz roncavam mais que o motor do Carro de Som de Marconi Edson.
Sem suportar mais a fome Espinhara olhou pro velho e falou – fome né? Já são duas horas e até agora só engoli poeira. Ao ouvir as palavras do poeta, o velho foi lá dentro, acendeu o fogão, fez um cafezinho e trouxe ainda um prato com dois bolinhos de caco dentro. O poeta comeu e lambeu o beiço à vontade.
Mas ele aguardava uma noitada com um prato cheio de cédulas gordinhas... O salão lotou de matuto, era um fedor de macaco morto a tapa da desgraça, e o pior é que os tristes estavam lisos que só bucho de traíra. Mas miguel lascou a viola pra riba e tome aplausos!
Antes de terminar a cantoria, o dono do salão chegou próximo ao ouvido de Miguel e disse que a coisa tava preta, ou seja, o dinheiro do apurado não dava nem para pagar o transporte. Ele ficou furioso com o recado do anfitrião. Olhou para um lado, olhou para o outro e com um tom de doer o pé dos ouvido dos matutos terminou:
Vim cantar em Santa Rosa,
Aqui não presta pra quem canta,
Passei o dia inteirinho,
Sem almoço e sem janta,
Não senti o cheiro da flor,
Nem o milagre da Santa.
Aí a matutada sem perceber bateu palma que abalou o salão.
Lembrando que o fato em tela contado por Itamar França aconteceu de verdade, na vera, como diz o caipira.
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