Andar faceiro de rolinha branca, que sai catando pedrinhas no chão. Estes versos iniciam uma bela composição do saudoso Zé Marcolino. Tive oportunidade de vê-lo cantar algumas vezes esta canção, não sei se chegou a ser gravada, enaltece essa ave do sertão nordestino que a passos ligeiros circulam pelos terreiros das casas à procura de alimentos e pedrinhas que alojadas no seu papo ajudam no processo digestivo.
Quando menino, reconheço que não pensava desta forma e através de uma maldade inocente não via a singela beleza dessa ave, pelo contrário, munido de uma baleeira ficava escondido por trás das árvores esperando o momento de atacar lançando uma pedra certeira.
Às vezes encontrávamos os ninhos, construídos com pedacinhos de madeira ou capim, camas macias e perfeitas presas aos galhos das árvores. Por pura crueldade retirávamos os filhotes e prendíamos em gaiolas, fabricávamos uma espécie de mingau com farinha e água que servia de alimento até a idade que passavam a se alimentar sozinhos. Presos continuavam por toda vida, cantavam uma canção triste e repetida, expressando talvez o desejo proibido de voar.
O tempo passou e as rolinhas brancas mesmo com a proibição do IBAMA estão em processo de extinção. O sertão está diferente e a infância não é mais inocente. Restam-nos as lembranças de uma época que não pode ser esquecida.
Por Severino Nunes de Melo
sábado, 5 de dezembro de 2009
Rolinha branca
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1 comentários:
Eu também, no meu Nordeste eu caçava muito essa ave.as caçadas eram sempre de manhã e no final de tarde.coisa de garoto, era uma espece... Eu diria de lazer,e também um costume no nordeste.
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