sábado, 23 de maio de 2009

O aperreio do vereador Renaldo Lima


Quando vereador em outra legislatura, Renaldo Lima, entrava na Câmara calado e saía mudo. O infeliz pegou logo uma época em que se elegeram vereadores metidos a atuantes. De um lado da bancada, Augusto Martins e do outro Hamilton Marques. Era farpas pra todo lado e o Limão no meio assistindo a um espetáculo, cujas cenas se restringiam aos citados protagonistas.

Um fazia que defendia o povo, ou melhor, o governo, ôpa, o próprio interesse, e o outro fazia que defendia a bancada de oposição. Naquele tempo a Câmara Municipal era casa cheia. O povo fazia questão de comparecer as sessões, afinal tinha Zé Ioni, Renaldo Lima e Ana Maria Santos que não tinha papa na língua e descia a madeira com força em todo mundo.

Mas o tempo passa e as pessoas mudam... Um dia desses perguntei a própria Ana Maria por que mudou da água pro vinho. Ela respondeu que não tem explicação. Aconteceu naturalmente da noite pro dia. Para alguns, a danada perdeu muito em ter se calado. Prova disso é que nunca mais voltou a Casa Monsenhor Arruda Câmara. Mas deixa pra lá, Ana está melhor do que nunca!

Numa sessão daquelas em que o clima estava pra lá de quente, Renaldo Lima estava mais assustado do que um sibito baleado numa gaiola e um peste de um gato querendo rapá-lo no bucho. Os ói do bixiguento estavam em tempo de estourar. A tremedeira tomava conta do pós-comunista, afinal Limão estava no PPS de Augusto Martins. Imagine uma dupla caceteira dessa no Legislativo.

Antes o nosso vice tinha atitude para arrebentar a boca do balão e exerceu muito bem sua função na defesa dos interesses do povo. Foi um dos mais atuantes parlamentares da história política de Afogados da Ingazeira. Não sei por que mudou a postura de uma forma tão radical. Na verdade não sabemos o que aconteceu com Martins. Mas vamos ao que interessa. Que danado eu tenho haver com a vida do nosso amigo?

Durante o pronunciamento de Hamilton Marques a madeira cantou nos lombos da bancada liderada por Martins. Nem bem terminava as palavras do Hamilton e o ex-apresentador do programa “Papo Legal” já tava lá retrucando a altura, pois, conhecemos a inteligência do Fonseca. Renaldo Lima tremia mais do que vara verde e torcia que o Presidente da Casa não lhe concedesse palavra. Mas foi tudo em vão. De repente Erickson Torres, soltou no microfone: - Eu passo a palavra ao vereador Renaldo Lima. Isso sem o mardito pedir.

Num momento inusitado naquele Poder Legislativo, o Limão ficou da cor de um capucho de aigodão como diz o matuto. Olhou para a bancada de situação, olhou para o público presente, bateu no microfone com o bico dos dedos secos que parecem mais um esqueleto e testou: - Alô som, alô som, alô som, alô som, teste, teste, teste, teste, alô som, alô som, alô som e quase que não pára com esta história de alô som. O pior é que deu um branco em Limão e coitado travou como jumento ruim que deita no chão e dar a peste pra sair do canto. Nem um ferrão quente tirava Renaldo do prego naquele momento.

Aí o Presidente da Casa Erickson Torres falou do outro lado: - O nobre vereador quer trocar de microfone?

Assustado qui nem um viado com medo de um leão, Lima respondeu: - Eu agradeço excelência, mas passo o meu tempo de falar para o líder da bancada Augusto Martins.

Assim que concluiu as palavras o Limão tava tão nervoso que deixou o microfone cair. O amassão foi tão grande no dito cujo que este não serviu para nada depois do tal pronunciamento. A cabeça do mangote ficou infincada no chão. Parecia até que o magrelo tava com uma brasa na mão. Todo público presente na Câmara, inclusive os pares do Limão caiu na risada.

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