quinta-feira, 16 de abril de 2009

O soldado Galvão no desfile de Salgueiro

Nêgo Galvão já pintou presepada de toda espécie na Polícia Militar do Estado de Pernambuco.

O policial já passou por quase todas as unidades do interior e também da capital. O desgramado é chamado pela tropa de “Alma Cebosa”.

Vez por outra um companheiro o encontra e o cumprimento é feito desta forma – Fala alma Cebosa!

E o negão responde de lá – fala calça cagada!

Ele gosta mesmo da gaiatice.

O bicho é um comedor de bola daqueles. Já comeu toco até num desfile de sete de setembro.

Certa vez em Salgueiro, Alma Cebosa participava de um desfile da gloriosa, no dia sete de setembro e, realizou um ato inusitado em toda história da polícia, desde sua criação.

Praças e avenidas da cidade estavam tomadas de expectadores, pois já passava o desfile de escolas públicas e particulares, Tiro de Guerra, Corpo de Bombeiros, e Polícia Militar, este último o mais aguardado pela multidão.

Em todos os desfiles da data comemorativa da independência, a polícia militar sempre se apresenta no último pelotão. Dado ao som psicodélico das cirenes, do desfile enérgico dos policiais e principalmente pela instituição respeitada por combater o crime em diversas circunstâncias.

Na fileira próxima ao povo estava o soldado Galvão. Na parada para o “marcar passo”, o negão matreiro no assunto, olhou para o lado e, no meio da multidão visualizou um velhinho, de chapéu de couro na cabeça e um cigarrão pacaia no bico.

Desconfiado, como quem está roubando, ele olhou para o velho e pensou: - a fisgada vai ser no peste deste matutão.

E não deu outra, assim o fez.

A tropa ainda estava no marcar passo, pés em cima, pés em baixo, chão tremendo, policiais vibrando, e nesse intervalo acontece o episódio, outrora inédito nos desfiles realizados por este sertão a fora.

O negão com a palma da mão espalmada para baixo, olhou bem no olho do velho e falou: - ei véi, deixe o dinheiro do refrigerante do praça. Bota aqui entre os meus dedos.

O velho ficou olhando para o dito cujo, mas ainda na incerteza, fez sinal, porém o danado relembrou – É o senhor mesmo, tô cum uma sêde
da porra, bora véi deixa o refrigerante do praça, num tais vendo eu fazer graça pra tu!

O velho imediatamente tirou do bolso cinco reais e colocou entre os dedos do negão. Poucas pessoas viram a inusitada cena.

Já imaginou você ganhar uma bolinha em pleno desfile? Pois é, aconteceu em Salgueiro e não é mentira não, não, não...

Que saco, o povo parece que não acredita!

1 comentários:

Wilson Monteiro disse...

meu caro Itamar:
Postei esse trabalho no Palavras do Sertão e depois, a pedido, retirei,aí eu disse fale com Itamar, ele é que gosta dessas coisas, muita genta dava risada em Salgueiro,outros pensavam que estávamos criticando a PM, que tem relevante serviços prestados ao nosso estado.
Um abraço, meu amigo,não sei como Afogados deixa de votar num cara inteligente como vc.

 
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