domingo, 26 de abril de 2009

A brechada do negão no banheiro do ACAI


Afogados da Ingazeira tem gente com cada apelido estrambólico. É Arroz da Ponte, Xerém do Borges, Farinha da Vila e Macarrão da Rua Nova. Portanto vou criar um personagem com o nome Caroço de feijão pra deixar esta coisa mais diferenciada. Nêgo Caroço que é um personagem fictício mas um dos originais em tela, é desses cabras enxerido, cheio de pantim como diz o matuto, danado pra está onde não lhe cabe o bico. Por onde você anda o encontra, parece que o infeliz se transforma em dez, logo o produto representa grãos, talvez seja por isso que o negão seja divisível.

Quando frangote, o danado não perdia uma festa realizada no antigo ACAI (Aeroclube de Afogados da Ingazeira). Bons tempos... Mas deixa pra lá, quem mandou a comissão fazer barulho e depois recuar da decisão de não permitir que o monumento fosse demolido.

Esquece, o Barão disse que o povo não imagina o quanto Afogados vai desenvolver com a construção do Sistema Viário de Contorno. Ele frisou que é preciso ter visão de futuro para enxergar que a cidade deu um salto de 20 anos.

E que salto... Não seu mané, se tiver alguma crítica encare o homi e o diga! Talvez você tenha pensado: quem é doido? Mas ele me recebe muito bem e até digere minhas críticas. Até que ele tá mais leve. Não encare como bajulação, até porque ele não vai muito comigo, é só espiar o tamanho do espaço que tenho em seu governo. Inda bem que tenho meu emprego! Mas se não tivesse... Tava lascado.

Mas vamos ao que interessa, deixa o prefeito pra lá que ele sabe muito bem o que pensa as pessoas; babão é que não falta para contar. E pra Valadares isso não interessa, o que vale é que o danado é um tocador de obras sem igual, pena que a imagem não foi tão bem tratada neste sentido. Ficou na cabeça das pessoas a idéia de que é popeiro que só a peste! Mas é mero engano.

Eu não sei pra quê estou falando isso, se não tem nada a ver com o causo. Vôte, parece que tô ficando doido! Safadeza não rapaz, respeite a polícia! Cabra de mente suja. O ACAI por muitos anos foi palco de muitos carnavais e eventos importantes. Cheguei inclusive a prestigiar vários shows, mesmo na minha fase de adolescente.

Pois bem, as paredes do demolido, hoje estrada de muitos felas, eram rebocadas por dentro, porém por fora era um Deus nos acuda. Por trás havia um matagal desgramado e uma cerca da altura da Torre de Babel, mas a minineira como dizia Marcone pulava com facilidade. O pior é que os infame não sofria nenhum arranhão. Se fosse um pai de família trabalhando certamente quebraria o pescoço. Ah infeliz da costa oca de sorte!


No banheiro das mulheres tinha uns cinco buracos. E olha que esses buracos serviram pra se ver muita coisa interessante... Do lado de dentro, havia luz e por isso os buracos não eram visualizados com facilidade, já que na parte de trás a escuridão tomava de conta e a galera gostava.

Num dia desses de festa, estava a polícia de serviço na frente do clube, quando de repente fora solicitada para coibir a maloqueirada que se encontrava lá no banheiro das mulheres curiando o que não deviam. Imediatamente os praças da guarnição foram ao local e constataram a veracidade do fato. Parece até que estou imitando aqueles boletins registrados pelos companheiros, que os textos são sempre os mesmos, é como entrevista de jogador de futebol.

Quando os policiais pularam a cerca e esbarraram nos cabras, os mais espertos correram que as pernas batiam na bunda, porém os mais bizonhos ficaram na fila aguardando a vez pra dar sua espiadinha no buraco da felicidade. Nisso, Caroço era o da vez e estava mais intertido, como diz Biu Calcinha que só pinto em bosta de manhã, quando o cabra vai cagar no mato, ao cheiro do marmeleiro e limpa o furico com um peste de um sabugo. Não diga que você nunca fez isso?

O soldado chegou à fila fumaçando de raiva pelos ouvidos. É que a cerca tinha arranhado o braço do companheiro, os arames eram cobertos por galhos de jurema preta e pedaços de mandacarú. Tava um som alto da gota serena, mas o policial não quis sabem disso, deu um cutucão nas costas do nêgo, assim como se mete o ferrão com raiva em boi bravo. Aí ele gritou de lá:

-Peraí rapaz que a vez é minha, daqui a pouco é você, só mais um pouquinho. Que cara mais apressado!

Daí a pouco, outra fisgada nas costas e ele resmungou:

- Só um pouquinho, estou terminando...

Na terceira futucada ele virou arretado, já com a mão cheia de cuspe e falou:
- Vai te lasc......

Quando se deu conta que era a polícia deu um sarto da molesta dos cachorros e pulou a cerca num segundo. Ô carreira da besta cigana, nem Cal Lions, recordista mundial dos cem metros rasos pegava o brechador. Esta história foi real e o nome do personagem é fictício. Qualquer semelhança é mera coincidência.

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