sábado, 28 de março de 2009

Os versos inesquecíveis de João Peá


João Neguinho talvez pelo nome não seja muito conhecido em Afogados da Ingazeira. Mas se alguém falar “eu gosto de peá, mas de pelar peá não”, logo lembram. Sim João é conhecido também por não pagar entrada em jogos no Vianão. Ele nunca perdeu a mania de pular o muro, mesmo alto que só a gota serena. O pior é que o infeliz é buchudo. Não sabemos como conseguia saltar de uma altura daquela.

Quando menino João participava de uma festinha na antiga escola de Luiz Alves, Colégio Cenecista Monsenhor Pinto de Campos. Pois bem, a professora diante de um caldeirão de suco de morango, o chamado refresco pó da morte, inventou de chamar os alunos para recitar poesias com o intuito de deixar o ambiente mais descontraído e descobrir novos talentos.

No meio da garotada lá estava João Peá com os olhos grilados no suco e atolado na boca um pedaço de pão com soja, já era o oitavo, sem contar os dezesseis copos de suco que havia tomado. A professora pediu silêncio aos alunos e anunciou:

- Bem gente, vamos começar nosso recital de poesia, quem souber algum verso ou poema favor venha aqui pra frente.

Momento silencioso por alguns segundos e aí surge uma mão levantada, era o João Peá, prontinho para recitar uma poesia de sua autoria. Ao lado do caldeirão de suco, com aquele chapeuzinho de aniversário na cabeça, ele declamou:

-Essa poesia é para a professora, de quem eu gosto muito. Lá vem a lua descendo/ Redonda como uma vara/ Corra professora/ Vai bater na sua cara!

A garotada deu risada a bersa. Aí o Peá se empolgou e concluiu sua participação com outro verso:

Suspiro que vai e vem/ Bate asa que nem um preá/ Se o sol fosse mais baixo/ Eu pulava pra pegar!

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